quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Para onde vão os milhões apreendidos das rusgas?

No outro dia estava a ver o jornal da tarde na televisão e houve uma notícia que me chamou bastante a atenção. Um corpo de intervenção da polícia espanhola entrou de rompante num bairro social à procura de armas e droga. Para espanto do corpo de assalto, armas nada, droga pouca, mas encontraram algo mais surpreendente. Nada mais nada menos que cerca de 4,6 milhões de euros enterrados, ensacados e bem diferenciados em maços, tal como num banco.

Numa altura em que a crise assola o mundo a minha pergunta é simples?
Para onde vão estes milhões?

Sinceramente não sei o que é feito a este dinheiro, mas sei enumerar algumas hipóteses, ora vejamos:

-porque não ceder este dinheiro a instituições de solidariedade social, ou que abraçam movimentos solidários para com algumas problemáticas;
-porque não ceder este dinheiro para a contínua investigação científica;
-porque não ceder este dinheiro para a educação e formação de pessoas em bairros problemáticos;
-porque não ceder este dinheiro para corporações de bombeiros;
-porque não ceder este dinheiro para salvar património português;
-porque não ceder este dinheiro para….

Fico à espera de mais sugestões.

E entretanto vou ver se descubro o que fazem ao dinheiro das apreensões.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Burro porquê? Cada um escolhe o que é, sabendo mais disto e menos daquilo.

Escrevo este post por uma questão real e intrigante. Como é do conhecimento de todos a escola é obrigatória até ao 9.º ano (por enquanto). Desde que atingimos a idade compreendida para ingressarmos o meio escolar nunca mais paramos de o fazer exaustivamente sempre a estudar. O que acontece é que nos especificamos em conseguir responder ao sistema escolar sempre, na maioria sempre em teoria e não em prática. Mas será esta resposta escolar que define que um individuo é burro ou tem falta de Q.I.?

A minha ideia é que não! Cada indivíduo percorre no seu percurso de vida com caminhos diferentes e é isso que nos define enquanto detentores de determinado saber, mais deste menos daquele. É certo que a escola até ao 12.º ano complementa muito o nosso saber pessoal, social, económico, politico, histórico…uma panóplia de temáticas diferenciadas, mas de qualquer forma, qualquer um de nós poderá sempre tentar, se motivado e estimulado adquirir estes mesmos conhecimentos por outras vias. Verificamos frequentemente que quem abandona o meio escolar cedo de mais não possui níveis de literacia suficientes, por sua vez os mesmos são colmatados por saberes práticos, quotidianos, de ocasião, entre outros, que permitem também um forte enriquecimento destas pessoas. O ideal seria sempre termos os dois ao mesmo tempo, teoria – prática, mas nem sempre isso é possível. Desta forma algumas pessoas sentem-se asfixiadas por este modelo escolar, abandonando-o pela não praticidade ou aplicação prática dos fundamentos teóricos e técnicos que estão a aprender.
Todavia indicar que o indivíduo é burro por não frequentar um ensino superior é totalmente descabido e errado. A escola não mede mais do que aquilo que pretende medir, formando teóricos pouco capazes e socialmente indiferenciados. Sabemos que hoje, com o proceso de Bolonha são poucos os que terminam uma licenciatura e estão aptos a entrar no mundo do trabalho com as competências desejadas. Mas mais errado é um indivíduo em condições “inferiores” escolarmente, assumir-se como inferior relativamente a um corpo escolar detentor de saberes específicos em determinadas áreas do conhecimento.

Ser conhecedor é uma coisa, ser detentor do saber é outra e saber utilizar ambas é uma arte.

Não há quem tudo saiba, nem existem pessoas burras. Só pessoas com interesses diferentes e oportunidades e afinidades diferentes. Como motivá-las a serem melhores, mais eficazes e mais detentoras de saber? É uma resposta que ainda poucos saberão, mas com certeza estratégias não faltam.

Cabe-nos a "nós" educadores conseguir chegar a um caminho...Neste momento não temos caminho, por isso não continuemos a alcatroar estradas, apenas estamos a consolidar o que nem alicerces tem...para quê alcatrão por cima de um não caminho, para quê falso conhecimento, se não formamos e integramos na sociedade, permitindo estruturas físicas e emocionais sólidas em qualquer indivíduo, desconstruindo mitos e barreiras na mente dos jovens e adultos de amanhã..

Alguém dizia: " eduquemos as crianças para não punirmos os adultos."

Que sociedade queremos afinal?