terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A descredibilização dos pais e a sua não culpa!

Cada vez mais a sociedade tem contornos de utopia. A sociedade contemporânea tem-se regido pela brevidade dos momentos e pela intensidade de cada momento. Tudo é tão rápido e tão breve que a velocidade de momentos é tipo flash. Toda a gente quer andar demasiado rápido, ver tudo demasiado rápido, consumir rápido e muito, mudar várias vezes.

Desta forma e cada vez mais, manter um emprego tem vindo a exigir a muitas pessoas um esforço imenso, uma rivalidade imensa e também um exagero de flexibilidade horária. Assim não é de estranhar que a natalidade do nosso país seja muito baixa, mesmo com os vários apoios e incentivos a jovens pais. Cada vez mais, e os estudos comprovam isso, o nosso país está a envelhecer e com a baixa natalidade, a população activa começa a não ser suficiente para “produzir” para os que já não podem trabalhar e para os que ainda estão para vir.

Com o crescente défice das condições de vida, de um país cada vez mais precário e onde a injustiça e corrupção imperam, torna-se difícil não entrar no “sistema” e não se deixar evadir por esta falta de chá que nos rouba um bem muito preciso…A VIDA! A nossa vida é talvez aquilo que de melhor temos e quantos não são os pais que não dariam a sua vida pela vida dos seus filhos? Eu acho que são muitos os que o fariam. Por isso mesmo e como cada vez é mais visível, os pais tem menos tempo para os filhos, para estar com eles, para ter tempo de lazer com eles…os que tem avós “disponíveis” costumam ficar com os avós os que não tem proliferam em instituições especializadas.

Para onde caminhamos?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sexo ou género? Indiferença ou cidadania?

Recentemente tem-se ouvido falar da polémica discussão de aprovação dos casamentos homossexuais. Apesar de ainda não estarem garantidos muitos direitos, é sem dúvida um passo importante para esta minoria populacional que merece dignidade, respeito e direitos, não descartando também os seus deveres que na maioria já são cumpridos enquanto cidadãos portugueses.
No tempo do estado novo a mulher era apenas doméstica, voltada para a maternidade. Com o despontar dos anos sessenta e com a guerra colonial, as mulheres tiveram de se emancipar e devido à guerra começaram a ocupar postos de trabalho, produzindo para o país também. Já no 25 de Abril reconheceu-se, embora de forma relutante, a igualdade entre homens e mulheres. Porém, só na constituição de 76 se conferia materialidade jurídica à universalidade deste princípio, passo que mudaria a configuração da vida privada e pública da esfera dos casais tradicionais. Com esta mudança a massificação de empregabilidade das mulheres aconteceu gradualmente com políticas orientadas para a conciliação entre o trabalho e família.
Actualmente poucos são os que ainda reproduzem um modelo de casal internamente muito diferenciado, em que um fica em casa e o outro trabalha. Menos ainda são os que apoiam a autoridade masculina.
Com a paulatina evolução do conceito de igualdade, as mulheres foram preenchendo todos os cargos e direitos que foram desvinculados, nunca descartando as contrapartidas, regalias e deveres, assumindo assim também posições públicas de poder.
Todas estas mudanças foram muito importantes e tiveram impacto forte na estrutura social, todavia a ambivalência no espaço doméstico não deixou de marcar as profundas desigualdades na vida dos casais. Dados de 2002 indicam que as mulheres continuam a fazer cerca de 12 horas semanais de trabalho doméstico a mais que os homens. É certo que sobre estas desigualdades de género persistentes ainda subsistem diferentes concepções de igualdade, entendida enquanto justiça distributiva, não só a nível estatal e de políticas sociais, como também nas normas igualitárias individualmente incorporadas. Desta forma, não se trata já do direito ao trabalho ou ao voto, mas ao direito a ser-se quem se é com igualdade de oportunidades, portanto uma maioria da equidade.
Nunca antes se pensou sequer, e remeto-vos para a tipologia de questionários que preenchemos algumas vezes, na célebre pergunta de resposta fechada Masculino ou Feminino? Actualmente a questão sexual e de género tem evoluído ao ponto de se reconhecer casos reais de pessoas do sexo masculino que em tudo se identificam e que se materializam em género feminino ou vice-versa. Estes, são ainda casos muito complicados, mas já mais vistos que antigamente, tendo em conta a forma como a sociedade tem vindo a mudar. Obviamente em sociedade dificilmente se vive sem normas e regras, mas não as impúnhamos perante seres humanos iguais a nós automaticamente e organicamente.
Que Homem é o Homem que permite a condenação do seu próximo em espécie? Todo o ser humano tem direito à vida desde que nasce. As barreiras existem na mente Humana, não na sociedade.