segunda-feira, 11 de março de 2013

Ambigradoladas


Muito se tem falado e escrito sobre cantar Grândola vila morena e sobre as grandoladas, agora assim apelidadas pelos expert comentadores das manifs. Na verdade estas grandoladas, têm, na minha opinião, dois pontos divergentes na sua finalidade.
O primeiro prende-se com o facto histórico sobre a canção de Zeca Afonso, Grândola vila morena, que foi um dos momentos repercussores do 25 de abril e da liberdade que hoje vivemos. Embora a ideia seja de expressa manifestação, de insatisfação e de dar voz ao povo representado pelo governo actual, usar Grândola vila morena não satisfaz as ideologias e os objectivos concretos de uma manifestação com finalidades e exigências bem distintas do 25 de abril de 74, contudo, considero a manifestação e os manifestantes como um principio importante, que deve existir hoje e já, porque urge agir.
O segundo ponto prende-se com o facto de as manifestações de hoje em dia, serem apenas isso e caírem em saco roto. Boa, somos não sei quantos a exigir isto e aquilo, também estamos insatisfeitos, mas o que propõem os manifestantes? Quais as soluções politicas, económicas, entre outras, que põe em cima da mesa? Exigimos mais do que aquilo que realmente contribuímos para solucionar ou ambicionar solucionar algo.
Por outro lado, os manifestantes, começam, a meu ver, muito bem. Isentos de ideologia politica e económica, apenas comunidade, apenas sociedade, apenas povo, mas quando a coisa esta a resultar e tem impacto, lá vem o não sei quem de que partido intervir e ajudar e trazer uns patrocínios e média, lá vem um músico conhecido que por acaso não lança um álbum há 13 anos ou mais e aparece a ecoar cânticos do antigamente, puramente pelo movimento, lá aparece um actor, um médico….não são todos eles povo, gente, sociedade? São, sim senhor. As suas convicções é que podem deturpar a ideia inicial e ditar o fim das manifs populares.
Nem tanto ao mar nem tanto há terra, mas somos aquilo que fazemos!
Não fossem as legislaturas e as leis e os bancos, tudo correria melhor, pois os males das sociedades actuais sofrem as mãos destes 3 “sectores” e como precisamos pagar as reformas aos bancários, nós estamos na banca rota. A verdade é essa e a verdade é também que quem comanda países são os ratings, a banca e os bancos. O Governo e mesmo a troika são paus mandados e areia nos olhos. Bem se podem esforçar, com cortes e com gestões utópicas. A coisa não vai lá, só o passos coelho é que ainda não percebeu. Ou melhor, eu também não!
Caramba há os que defendem que isto vai dar buraco (como já esperamos por sinal) e há quem defenda que se não fosse a troika não estávamos agora a tentar sair do buraco. Engraçado. O que eu não percebo é, como é que nós estamos a tentar sair de um sítio que só esperávamos lá a frente! Perceberam? É ridículo! As ambiguidades devemo-las aos que por conveniência própria, legislam e nos cobram pela tradução ilegível dessas leis. Há que manietar.
Só no último trimestre desapareceram 124.500……postos trabalho, não soa a muito, então vejam só, 1350 pessoas por dia, já assusta mais não? A realidade é de cerca de 1.440.000 portugueses sem trabalho, 25% da população activa.  Apenas 43 % destes recebem algum tipo de subsídio.
Estará passos coelho a agir correctamente ou em conformidade? Tal como os manifestantes, corretos ou em conformidade? Não existe uma eficácia efectiva nas manifestações nem propostas concretas, nem princípios de mundo encabeçados por qualquer ideologia politica. Se não vens acrescentar nada, não venhas!
O problema também advém da verdadeira participação social, agora somo mais do apoiar sem aderir, quando nas redes sociais aderimos sem necessariamente apoiar, é esta a ilusão criada pelas redes sociais, potenciam muita expressividade mas não funcionam como agente de combustão como catalisador para o despoletar de descontentamento, porque a força dos protestos não se traduz em mudança politica efectiva.
Agora até o Gaspar lança ideias….ah e tal vamos comprometer o ps com alguns objectivos para a próxima legislatura, e ate o cavaquinho acha bem. Parece-me bem, mas pouco “Seguro” que isso aconteça e também pouco viável.
Como diz o Miguel sousa tavares, estes gurus da política económica, vão afundar o barco, como quem diz, a economia, a europa e a democracia!
Para finalizar este meu raciocínio, acho que um primeiro-ministro deve permanecer dois mandatos seguidos para se poder ver o seu trabalho real, porque só assim poderá haver continuidade, bom ou mau, mas continuo. Porque estarmos sempre a começar de início não é um trabalho produtivo e aqui a tendência não costuma ser mais e melhor, mas sim diferente para nos demarcarmos da ideia ps ou psd ou de outro e do que se fez….

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

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Depois de um longuíssimo período de ausência, voltei. E não apenas voltei. Voltei com uma coisa em mente.
A ideia de que o tempo mudou, as coisas mudaram, e que apesar da mudança muitas coisas permanecem.
Onde vivemos  para onde vamos, que destino ou futuro? Grandes perguntas impostas pela humanidade e que movem o homem todos os dias a alcançar o seu limite anterior e a conhecer-se cada vez mais.
Não somos estáticos nunca o seremos. Somos nómadas, vivemos em busca de sonhos e alimenta-mo-nos deles, vivemos de um lado para outro e nem sempre alcançamos mais e melhor, por vezes, muitas, alcançamos experiência, vivência e nem sempre damos o devido valor. Quando nos servimos dessa experiência nem sempre a recordamos como algo que ficou, como algo que nos moldou, que nos fez saber da vez futura com tão facilidade. Somos nós, a humanidade da escolha certa e do pertencer.
Hoje li uma dica de empreendedor que dizia isto: "_as pessoas querem saber que fizeram a escolha certa e que pertencem a alguma coisa"! E é verdade. Nós necessitamos de pertencer e quando não o fazemos somos solicitados a...de variadas formas e feitios, necessidades e crenças e cá estamos nós todos numa grande SOCIEDADE, todos incluídos nos seus GRANDES GRUPOS, que são dos nossos círculos íntimos de PEQUENOS GRUPOS e por fim NÓS MESMOS, NÓMADAS!
Acho que isto diz muito do mundo de hoje e escolho o jon deep para o retratar!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Entre outros acordos, salve-se a inteligência do ortográfico.

Manifestei várias vezes o meu desagrado para com o novo acordo ortográfico e como devem ter reparado não escrevo de acordo com o mesmo. Muito se disse! Certo é que antes do mesmo ser ratificado já havia "porradões" de prontuários e livros e dicionários prontos para nos ajudar com a tumultuada mudança. Acontece que este acordo ortográfico não tem tido "perninhas" para andar para a frente, simplesmente porque não faz sentido, uniformizar como foi dito a língua que a maioria de nós ainda usa, sem acordo algum.
Sempre me pareceu que nós que levámos o português quinhentista ao Brasil nos estávamos a moldar a um pais de língua portuguesa mais avançado em coisas e mas e com muito mais população e sempre me pareceu que o lado africano também português, havia sido severamente esquecido. Ainda assim e para meu espanto, talvez erróneo, estes (neste caso os angolanos e moçambicanos), demonstraram ser os mais inteligentes de todos os "falantes" de língua portuguesa, e como?
Opondo-se firmemente, não assinado o tratado e afirmando que não faz nenhum sentido assinar o acordo, sendo até afirmado "não queremos destruir essa preciosidade (língua portuguesa), que herdámos inteira e sem mácula.


Bastante mais inteligentes....

Afinal Havia outra

É por estas e por outras que todos vamos perdendo a cabeça mesmo sem razão....
Toda a gente, incluindo com especial cariz os media e os políticos das bancadas parlamentares, criticaram severamente Passos Coelho após a sua frase que incluía "Piegas". Realmente o senhor não tem facilitado as coisas, mas desta vez, o senhor não fez nada de mal, nem acusou com muitos disseram, os portugueses de serem piegas.
Passos coelho tentou ao seu estilo introduzir um discurso de professor, na escola onde discursava e afirmou o seguinte: "Não devemos ser piegas e ter pena dos alunos coitadinhos, que tanto sofrem para aprender." Apelando inclusive para que fossemos exigentes e não deixássemos andar as coisas, porque ninguém se lembra dos professores que nos facilitam a vida, mas sim dos que eram tramados.
Ora, afinal havia outra, outra interpretação da má retórica já comprovada pelo senhor primeiro ministro.
Uns e outros, pouco sensatos por sinal, e sem alguma acuidade, prontificaram-se a publicar que o PM afirmou que os portugueses eram piegas e assim não aconteceu.
O senhor PM tem de treinar a partir de agora todos os discursos para não ferir a fina crosta das feridas dos portugueses, é que já com curativos arde, imagine senhor primeiro ministro, sem tratamento, tal como estas informações idóneas.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Será "Seguro" falar em austeridade?

Nesta altura do campeonato já ninguém acredita em nada.
Ainda hoje no jornal da tarde via o "Seguro", do PS, e que segundo a gíria morreu de velho, que não se pode falar de austeridade e que o governo combate austeridade com mais austeridade por não ter outras soluções.
Já "Seguro" afirmava haver alternativas, mas como sempre não falou em quais, apenas usou e abusou da "Austeridade".
Será seguro, para "Seguro" falar em austeridade?
Acho que nenhum partido, para além do de Louçã e Jerónimo, por razões óbvias, que "seguramente" também não explicarei porquê, deverá falar de "Austeridade". Essa já está fora de moda, gasta e já não assusta ninguém, nem o povo. Aliás esse é já um estado "acomodado" de todos nós e poucos são os que sabem o que ainda quer dizer o significado original. Se não perguntem na rua o que significa.
Será "Seguro" ainda falar em austeridade?

sábado, 28 de janeiro de 2012

Feminismo cada vez mais forte

Ao que parece um grupo de manifestantes feministas não resistiu a mostrar o seu ponto de vista.
E o resultado está mesmo à vista de todos...
Manifestação em frente do forum económico mundial

Um tribunal para o País

Os autarcas do interior não calam a revolta face à proposta de novo Mapa Judiciário. O documento, a que a Renascença teve acesso, prevê o fim de 47 tribunais de primeira instância e a redução a 20 do número de comarcas, ficando a existir apenas uma por distrito e uma em cada região autónoma.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=48366

Parece-me bem, até porque a justiça é justa e rápida, parece-me muito bem esta medida.
Aliás acho que faltam apenas mais duas ou três medidas, para fecharem de vez o país, ou para que outros nos venham governar.
Não está mal, está péssimo e somos nós que o fazemos.

Saudades?

Já alguma vezes alguém sentiu saudades vossas?
Com certeza que sim. Mas não existem algumas formas estranhas de o demonstrar?
Ultimamente tenho assistido a manifestas variadas formas de demonstrar saudades, entre as quais, as mais estranhas.
Como é possível? É simples. O individuo que sente as saudades não demonstra em actos, nem fisicamente, mas precisamente o contrário.
Acontece com pais e filhos, com irmãos, com namorados, etc.
Este facto deve-se de certa forma a uma tentativa frustrada de incluir o elemento exterior do qual se sente saudades, na rotina diária de quem as tem. Mas será esta a melhor forma de o fazer?
não me parece. Mas ainda assim estas estranhas formas de saudades continuam a existir no nosso mundo.
Afinal o que é a saudade, essa estranha que se manifesta até de forma contrária ao que originalmente conhecemos, essa que também faz parte do património Nacional?

sábado, 7 de janeiro de 2012

Pingo Doce...igual a negócio Agridoce??




   Sede
   Pingo Doce
   Lei
   Holanda
   Discórdia



Muito se tem discutido sobre o Pingo Doce e o Jerónimo Martins esta semana.
Consigo ver a revolta e as faíscas nos olhos dos Portugueses.

Os comentários já todos conhecemos:
"-Não volto lá!
-Vigaristas!
-Mudou a sede para pagar menos."

Quantos de Nós conhecem realmente o porquê do que se sucedeu neste grupo?
Diria que poucos de Nós o sabe.
Permitam-me que discorde da discórdia em geral e para me apoiar tenho uma frase-pergunta que encontrei no DN (Diário de Notícias), do dia 5 de Janeiro de 2012.

"Discutimos de forma tão intensa quando alguns de nós decidem ir trabalhar para outro país?"

A resposta é um redondo NÃO!
O facto é que a altura é critica. e falando em factos, eles, Grupo JM (Jerónimo Martins), não mudaram a sede, venderam56% das acções do grupo dando a maioria de voto aos compradores da Holanda. Depois esta operação foi feita dentro dos termos legais em vigor, sendo feito um comunicado de participação social e esclarecimentos por parte de alguns responsáveis do Grupo (ainda que com poucas palavras "abertas" sobre o motivo, âmbito e causa). Por último, o negócio é do Grupo e accionistas, e respeitando a lei ninguém tem nada a ver com isso.
Quem pode, pode. Sempre foi assim, qual é o dilema agora? Se eles querem rentabilizar o negócio e podem fazê-lo, acho muito bem. Menos bancos houvesse em Portugal e já pagaríamos todos muito menos.

Depois ainda falam em imoralidades e de mudar a lei. Hum...não me parece que a mudança da lei possa tornar as coisas mais morais. Se puderem, olha, ponham-lhe uns extras e tragam mais emprego para quem formaram e salários mínimos de 800 euros por exemplo, sendo assim já "devem" mudar a lei.
A operação em causa não foi de todo ilegal. As pessoas e bens, singulares ou empresas, podem e devem, circular livremente na Europa, mediante as leis em vigor.
Todavia, e desconhecendo eu o caso, o Grupo pode continuar a tributar em Portugal, ou não, uma vez que desconhecemos o acordo feito. Porque a empresa não
 deslocalizou a sua actividade, procedeu sim, à venda de acções de que era titular, o que pode originar tributações no país de origem, no país receptor, ou em ambos os países.

Sublinho assim que os dividendos distribuídos podem ser sujeitos a tributação na Holanda, ou em Portugal, ou em ambos os países, são estas as opções.
Mas a manifestação prende-se com a pergunta inicial. Quantos Portugueses estarão fora, que não contribuem um cêntimo para Portugal e nem querem voltar sequer?
Bem mais que estas acções vos garanto. E preocupam-se? Não, nem eu, porque eles fazem bem.
Aos poucos vão fechando Portugal e vendendo esta nação, talvez um dia todos voltemos como espanhóis ou chineses, ou não voltemos de todo, fazendo a vontade aos nossos governantes e deixando-os a governar....bem, NADA!