segunda-feira, 24 de maio de 2010

Debandada Geral

A partir do próximo mês de Junho a Brisa começa a substituir os portageiros manuais por sistemas automáticos de controlo de acesso às suas auto-estradas. O processo estende-se aos 1.600 quilómetros de estradas da empresa portuguesa, de forma gradual, explica o Jornal de Negócios citando fonte oficial da empresa, e chegará a todas as portagens.

Actualmente, asseguram o funcionamento das portagens 1.280 trabalhadores, que serão alvo de um programa de rescisões amigáveis e terão apoio da empresa na procura de um novo trabalho ou ao nível da formação.

A introdução de portagens automáticas é um projecto que a Brisa começou a implementar em 2008.

O primeiro local a testar as máquinas que aceitam notas, moedas e cartões de débito foi a A17. Neste troço de auto-estrada estão já instaladas 24 máquinas de pagamento automático.

Na A15 também já arrancou a instalação de 14 máquinas que funcionarão como alternativa ao sistema tradicional de pagamento de portagens.

Fonte: http://tek.sapo.pt/noticias/telecomunicacoes/brisa_automatiza_portagens_1067317.html

Antes de ler esta notícia no sapo já me tinha deparado com o contexto no fim de semana passado, quando numa saída de auto estrada me deparei com a célebre "automatização do sistema". Fiquei atónico e acho ridículo substituir pessoas por máquinas, com certeza mão de obra mais barata, mas até que ponto nos leva isto? Já havia postado aqui um texto sobre os senhores da CP...O dia virá em que os senhores das bandeiras serão despedidos por sinais e sensores?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O tempo que perdemos com nada, mas que é muito.

A vida…essencial a todos nós que habitamos este planeta. Mais saudáveis menos saudáveis. Vivendo mais comodamente ou menos comodamente…enfim, vivendo. Com tempo que vai passando e é ocupado com coisas. Coisas precisas, coisas não precisas, coisas impostas e porque não, coisas, poucas coisas, por lazer…
Já repararam quantas vezes ocupamos o nosso tempo com nada? Eu digo nada de útil a nós ou à sociedade.
No outro dia vinha de mais um dia de aulas, dia de treino, no meu carro até casa…Estava uma fila de trânsito enorme a um ritmo de lambreta (rondando os 60 km hora) e pus-me a pensar no tempo em que efectivamente estava a conduzir, tempo esse que estava a perder com “nada”, mera deslocação entre algo e algo, e aquilo que poderia estar a fazer…
Bom, a verdade é que hoje, neste tempo, quanto mais tempo temos mais o ocupamos com alguma coisa. Passamos a vida a queixar-nos da falta de tempo. Mas não somos nós que criamos isso? Há uns anos atrás as pessoas não faziam tantas coisas, penso eu, não tinham tanto tempo ocupado com “nada” e sobrava-lhes tempo de lazer.
Deslocações de carro, de comboio…ocupam o tempo, mas não o ocupam com vida.
Porque estamos nós a deixar de viver?
Eu não sei. Ou melhor calculo. Mas por enquanto não vai havendo retrocesso, apenas evolução…ou chamem-lhe o que entenderem, mas que não vivemos não vivemos.
Quando jogava em Alverca e tinha de apanhar o comboio, quantas vezes não ouvia a ladainha do tipo que trabalhava em programação numa qualquer empresa de Lisboa. Que se levantava às 5 da manhã para apanhar o comboio para o trabalho. Entrar no serviço às 8.30 e sair pelas 18.00. Apanhando o comboio de volta e chegando a casa pelas 21.00 para jantar…
Que vida é esta? Pensava eu, este ser só vive aos fins de semanas…eis que descubro que trabalha em part time ao fim de semana para sustentar a casa, a família e a filha…sim porque um programador não recebe suficientemente bem para conseguir viver de forma sustentável sem que para isso tenha de suprimir a sua vida.
Se houvesse uma tecnologia tipo telepatia como já se tem visto em alguns casos em filmes, livros… e até há uma nova tecnologia da ciência que ao que parece já o faz com objectos muito pequenos. Acho que estas pessoas conseguiriam sorrir um pouco mais, estando nesse caso com a família, deixando de ser uns zombies telecomandados remotamente pela sistemática da sua vida…
O tempo que perdemos com nada mas que é muito, é efectivamente nada quando não nos concede vida e utilidade….
Parar ou viver?
Viver. Mas de que forma?