sábado, 10 de outubro de 2009

A utopia de um posto de trabalho que poderia ser substituído por um sinal!

O que é o mundo?

mundo | s. m. | adj.


Mundo
(latim mundus, -i, conjunto dos corpos celestes, firmamento, universo)
s. m.
1. O espaço com todos os seus corpos e seres.
2. Universo.
3. Conjunto dos astros a que o Sol serve de centro.
4. Globo terrestre.
5. Esfera armilar.
6. Astro; planeta.
7. Cada um dos dois grandes continentes terrestres, particularmente a América, quando chamada Novo Mundo.
8. Por ext. A gente; a humanidade.
9. A vida terrestre.
10. Classe, categoria social.
11. Sociedade.
12. Tudo o que é grande.
13. Prazeres materiais.
adj.
14. Mundificação, limpo; puros.
mundos e fundos: grandes riquezas; grandes promessas.
o outro mundo: a vida futura.
vir ao mundo: nascer.
terceiro mundo: conjunto de países pobres ou subdesenvolvidos.

Fonte dicionário on-line Priberam.

Para mim o mundo é esta massa cósmica agregada, que tem condições de preservar a vida animal e humana. Mas este mundo não é o mesmo de antigamente, tal como estes animais, tal como estes Homens. Este mundo é aquele em que se cria tudo, se combina tudo e tudo se transforma. Para isso o homem de hoje usa para além da sua inteligência, todos os apetrechos de inteligência artificial ao seu alcance.

Manipula, condiciona e estigmatiza. E o mundo de hoje é aquele que o Homem fez, é aquele que sofreu mais que todos as revoluções, as industrializações e as evoluções.
Neste mundo de hoje tão complexamente moderno, diferente e eficiente, porque não, existe e coabita com toda esta beldade literária, paisagística, uma profunda crise de empregos. Como? Não sei. Trabalho não falta, oportunidades também não, criação também não! Então falta o quê? Um desbloqueamento do trabalho…sim mas onde? Na mente das pessoas. Não espere o seu trabalho óptimo, se não consegue arranjar emprego, crie-o, é assim hoje…mas também hoje há empregos que se mantêm para sempre.

Há coisa de dias, fui buscar uma pessoa à estação de comboios e quando se aproximava a chegada de um, reparei num homem, já de idade, com uma farda de trabalho distinta, mas específica, deambulando entre as pessoas, o stress humano de quem parte, de quem chega e o frenesim do cheiro característico das máquinas. Era um ar abatido, de quem o faz o mesmo há anos e ainda não se cansou, talvez pelo acaso, ou porque não teve hipótese, sendo que essa era arriscada demais. Era um senhor, que toma conta da partida e da chegada das máquinas, com as suas bandeirinhas debaixo do braço e com o seu caderno de rabiscos, marcando a hora. Via-se que há anos que o faz.

As primeiras linhas ferroviárias em Portugal, se não me falha a memória, surgiram por necessidades mercantis lá para os lados de Torres Novas, Moitas Vendas e já faz um tempo que este “nosso amigo” nos acompanha em trabalho, escola, lazer, aventura, desporto, cultura, etc. Com certeza não morrerá em breve, ou pelo menos assim o espero, tal como aquela nobre profissão.

Acabar com ela seria fácil, bastava colocar sinal de luz que marcava o parar e o pode avançar estamos todos a bordo, mas não seria o mesmo. O doce sabor humano das estações mais tradicionais é insubstituível, assim como o gosto incutido desde garoto nestas pessoas, pelos comboios.

Haverá neste mundo profissão tão silenciosa, encoberta e desamparada como esta? Em que uns troçam, outros não saúdam, nas manhãs, nas tardes, nas noites, em que aquilo que une o ser humano ao seu emprego é apenas o gosto de quem assim foi ensinado e apregoado e que viu mudar as pessoas sempre no mesmo local.
Estas pessoas merecem o meu apreço bem como a não extinção da sua profissão, porque o gostinho humano da sua saudação calorosa numa noite fria na estação vale o esboço de um sorriso de quem já passou por muito e que tem muito para partilhar…

1 comentário:

  1. por entre as palavras vejo perdurar uma humanização do mundo,
    uma tentativa de por o mundo a ver realmente o que é,
    dar importância ao ser, ao que realmente somos e não criar aqueles tão famosos rótulos sociais.
    rótulos que nos fazem viver por camadas pré estabelecidas,
    pela roupa,
    pelo dinheiro,
    pela zona de habitação,
    pelos conhecimentos de cultura geral,
    pelo nodo como se fala,
    pelo andar,
    pelos gestos,
    por...
    e quem diz que o teu andar, a roupa, ou habitação são o teu espelho?
    ninguém, por que eu não sou ninguém para te testar, para por à prova tudo isto por si só...
    é só conhecendo o teu ser que descubro o teu EU

    -acho que isto por hoje chega,
    é um pouco por aqui que tenho meditado,
    e é um pouco disto que o mundo também precisa pensar, ver realmente-

    rodrigues* =]

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