quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A actual e permanente ignorância social em espaço público e de atendimento – correios

Há episódios do caraças não há?
Ainda no outro dia fui aos correios por uma carta para uma amiga…sim porque eu ainda sou dos que gosta de trocar cartas em vez de enviar e-mails e sms sem fim e sem originalidade.

O que aconteceu foi que me deparei com uma fila enorme, o belo dia das pensões dos reformados. Cheguei-me à maquinaria digital e retirei uma senha com o meu número para o qual ainda faltavam imensos números até a minha vez. Com a espera activa e com o olhar atento sobre os livros dos correios, sim os correios agora também vendem livros entre outras coisas para escritório, ia ouvindo o cintilar trepidante de uma campainha entediada, tipo, beeeiinn, passando os números calmamente num painel digital e central sob as cabeças dos empregados de balcão, que paralelamente indicava o balcão ao qual a pessoa portadora daquele ticket se deveria dirigir.
Pacientemente vi passar os números até chegar ao meu quando finalmente os meus olhos brilharam esbugalhados por ver o meu número. Atordoado ainda da espera dirigi-me logo ao balcão que estava à minha frente no qual permaneci breves 10 segundos diante de um homem cansado e sem fala de um dia estafante, até que me apercebi que não ia ser atendido por aquele senhor porque não reparei qual era o número do balcão. Ao mesmo tempo olhei instintivamente para o painel digital e vi passar o meu número e o balcão, o número que esse mesmo balcão chamou em seguida e o número do balcão em que me encontrava. Quando o senhor espreita por fim diz-me não é esse número, ao que eu avancei prontamente para o balcão correcto ao mesmo tempo que o número que fora chamado em seguida, que por sinal pertencia a uma senhora bem ignorantemente chateada.

Ao aperceber-me da situação, dirigi-me à senhora e disse:

“Peço imensa desculpa eu era o número anterior mas confundi o balcão é só para enviar a carta não se importa?”

Ao que ela respondeu prontamente:

“Pois a culpa não é minha, faça como os outros e tire o ticket e espere.”

A senhora dos correios também meio atrapalhada e com olhar indignado da parvoíce daquela senhora, atendeu-a prontamente e fez-me um olhar do género aguarde 5 seg.
Ao mesmo tempo que atendia a chateada senhora, recebeu o meu envelope sem dizer palavra, pesou-o e pediu os 0.50 cêntimos, colocando a minha carta no correio azul.

“Por fim despachado pensei eu…”

Como estava enganado. A outra senhora indignada por eu ter sido despachado mais rapidamente lança-me um olhar furioso e diz:

“Também tenho de começar a passar a frente, estou a ver que me despacho mais rápido”

Ao que eu não respondi e segui o meu caminho. E é nestas alturas que venero os países nórdicos e a sua astúcia social.
Quando chegaremos lá?

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