sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Conceito de sociedade...

O desenvolvimento de vários sectores, como tecnologia, produção em série, entre outros, tem dado ao mundo uma base crescente de desenvolvimento e globalização. Todo este processo acarreta características que são únicas atendendo ao desenvolvimento, mas comuns, atendendo à evolução de alguns países e do esforço feito pelos mesmos para se manter nesta linha de desenvolvimento, globalização e aceitação por parte de outros países mais desenvolvidos, social e economicamente, mas também com maior capacidade industrial para explorar os seu vastos recursos, com o objectivo de satisfazer as exigências crescentes da sociedade. Esta crescente evolução do mundo, traz consigo, a igualdade teórica de globalização, mas de facto parece trazer-nos desigualdade, exclusão e descriminação, conceitos aliados a extinção de classes, muito devido ao aumento desta crescente produtividade massiva por parte de alguns países.

Recentemente falar de classe média e média alta é quase impossível, já não são tão nítidas estas barreiras que distinguiam a sociedade. A era da informatização e globalização fez com que estas barreiras ficassem esbatidas ou até extintas visto que a desigualdade aumentou de forma drástica, com todas estas politica que visam um desenvolvimento assente numa sociedade de consumo. Consumo esse desigual e discriminatório. Hoje existem pessoas muito ricas e pessoas muito pobres, algumas pessoas das classes médias altas, aproximaram-se da barreira das classes ricas e as pessoas de classe média e média baixa aproximaram-se das classes pobres.
A sociedade é composta pela multiplicidade das interacções de sujeitos, multiplicidade essa que lhe confere simultaneamente a existência e a vida. Constitui uma unidade com fronteiras que a distinguem de outras que a circundam. Por outras palavras, podemos dizer que sociedade se caracteriza por um “sistema de interacções” que faz surgir a acção social.

Por acção social entendemos uma realidade total que compromete e influência a personalidade individual formando simultaneamente o tecido do meio social. A acção social humana caracteriza-se pelo conjunto de relações sociais entre pessoas e grupos capazes de influenciar o meio social. Para que a acção seja social é necessário tomar em consideração o comportamento dos outros, assim como a presença ou existência dos outros, e para além disso, é necessário que o sujeito indique pela sua acção que compreendeu as expectativas dos outros e que a sua acção planeie corresponder-lhes ou manifeste que não faz intenção de corresponder-lhes.

Para Emile Durkheim, a acção social consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem. Para assim definir a acção social, Durkheim baseia-se na teoria das “duas consciências”: consciência colectiva e consciência individual. Esta teoria baseia-se na exterioridade das maneiras de pensar, sentir e agir em relação às pessoas e o constrangimento que estas exercem sobre as pessoas.

A consciência colectiva é formada pelo conjunto das maneiras de pensar sentir e agir que compõem a herança comum de uma de uma dada sociedade e que a distingue de outras. A consciência individual é a autonomia pessoal relativa de que cada um dispõe no uso e adaptação que pode fazer das maneiras colectivas de agir, de pensar e de sentir.

As sociedades variam segundo o grau de constrangimento que a consciência colectiva exerce sobre as pessoas ou segundo o grau de autonomia permitido às consciências individuais. Qualquer que seja o grau de constrangimento exercido, a consciência colectiva caracteriza-se pelo facto de ser sempre constrangedora ou oprimente, de maneira que para se pertencer a uma sociedade, seja ela qual for, é necessário esforçar-se para se adequar às maneiras colectivas próprias dessa sociedade, aceitá-las e praticá-las. Este constrangimento não é geralmente sentido pelos membros da sociedade. Eles absorveram-no e assimilaram-no, principalmente através da educação recebida.

Weber e Durkheim englobam na acção social as actividades individuais, pensamentos, sentimentos, na medida em que essas actividades, esses pensamentos e esses sentimentos correspondem às maneiras colectivas de pensar, sentir e agir. Não existe nem oposição nem ruptura entre as pessoas e a sociedade, o individual e o colectivo, mas antes continuidade e conexão: encontramos as mesmas regras de conduta, as mesmas normas, nas consciências individuais e nas instituições, na pessoa e na sociedade.
Tudo isto leva-nos a entender que a acção humana em sociedade obedece a um certo determinismo, que revela uma uniformização das condutas individuais, que levam ao que chamamos de ordem social. Ordem essa que se caracteriza por ser inerente à vida social porque a sua existência é fundamental. A vida em sociedade é possível porque existe essa ordem, e todas as nossas acções se fixam em sua função.

Herbert Spencer formulou uma teoria baseada na crescente complexidade das sociedades. Para ele, a sociedade deve ser considerada como um ser vivo que como os organismos biológicos, obedece a uma lei de evolução. Propôs-se demonstrar que, segundo a lei da evolução, as sociedades humanas foram, na sua origem, pequenas colectividades simples, indiferenciadas e homogéneas e que evoluíram tornando-se sempre mais complexas, mais diferenciadas e mais heterogéneas.

As sociedades simples são aquelas que não possuem nenhuma autoridade política, têm um chefe ocasional e possuem uma autoridade imprecisa e instável. Não são constituídas por grupos distintos, e têm uma relativa coesão entre si. As sociedades compostas distinguem-se em subtipos, que poderão ter um chefe ocasional, uma autoridade instável ou permanente.

O que faz a superioridade da sociedade humana sobre a sociedade animal, o que lhe confere poder e riqueza, é que nela o sistema de comunicação é infinitamente mais desenvolvido e pode tomar formas múltiplas. No Homem, as possibilidades de comunicação permitiram criar e acumular um intenso reservatório de conhecimentos, tradições, costumes, que deram origem a uma dimensão nova à vida social.


André Vital 14/08/2009

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